FICHA TÉCNICA
Título Original: Braveheart
Ano do lançamento: 1995
Produção: EUA
Gênero: Drama
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Randall Wallace
Ano do lançamento: 1995
Produção: EUA
Gênero: Drama
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Randall Wallace
Sinopse:
No século
XIII, soldados ingleses matam a mulher do escocês William Wallace (Mel
Gibson), bem na sua noite de núpcias. Para vingar a amada, ele resolve
liderar seu povo em uma luta contra o cruel Rei inglês Edward I (Patrick
McGoohan). Com a ajuda de Robert e Bruce, ele vai deflagrar uma
violenta batalha com o objetivo de libertar a Escócia de uma vez por
todas.
Por Kadu Silva
Para quem é mais ligado ao mundo da sétima arte, já conhece o período onde começa a surgir filmes com tendências a prêmios, chamado por alguns críticos o período de ouro, em geral é no final de novembro até 31 de dezembro, eles precisam estrear nos Estados Unidos para se candidatar as grandes premiações.
E quase todo ano surgem filmes que são
considerados, feitos para ganhar, pela sua narrativa, pelo tema ou até
mesmo uso do sentimentalismo do roteiro.
No ano de 1996 dos filmes indicados a
melhor longa no Oscar, somente Coração Valente preenchia todos os
quesitos de filmes feitos para ganhar, por mais que Razão e
Sensibilidade tenha lá seus encantos diante dos votantes a jornada épica
de William Wallace saia na frente por conseguir narrar de forma bem
elaborada a história desse escocês que virou mito na luta pela
independência do país.
O roteiro de Randall Wallace não se
preocupou na duração do longa e nem em contenção de gastos. Wallace,
conta desde a infância de Wlliam, quando vê seu pai sendo morto até o
momento onde vira um mártir para o povo escocês.
O que chama atenção no roteiro de
Wallace é a linguagem simples, sem deixar de ser precisa, e a forte
carga sentimental que se encontra do começo ao fim da narrativa, ou seja
é quase impossível assistir o filme sem derramar lagrimas. Na época do
lançamento essa tendência sentimental foi alvo de críticas negativas ao
longa, mas até quem apontava para esse “erro” não deixava exaltar seus
méritos.
Esse foi somente o segundo longa dirigido por Mel Gibson, antes havia feito o longa O Homem sem face, que não teve grande repercussão. Mas em Coração Valente com um orçamento milionário, pode mostrar grande capricho em um longa difícil, pois a jornada épica que ele concretizou é de encher os olhos, principalmente nas cenas de combate, que se tornaram emblemáticas e referencias para longas que surgiram depois como O Gladiador por exemplo.
Mel Gibson por narrar uma história com
quase três horas de duração teve a sensibilidade de não carregar o tom
nem para muito drama, nem muita ação, existe um equilíbrio perfeito
durante a projeção. E sem contar que conseguiu colocar para seu
currículo duas cenas antológicas que o filme produziu, a primeira onde a
menina entrega uma flor para o jovenzinho William arrasado pela morte
do pai e a final onde William não se rende diante da tortura e solta o
grito que toca na alma pela liberdade de seu povo.
Outra aspecto que surgiu nesse longa, e
que acabou virando uma marca na direção de Mel Gibson é a retratação sem
cortes da violência, nas batalhas dos camponeses escocês contra os
ingleses as mortes são vistas em detalhes, cortes de cabeças,
esmagamento de crânios e assim por diante, a ponto de espirrar sangue na
lenta (tela).
E por falar em Mel Gibson esse foi
definitivamente seu ano, pois além do filme e da direção precisa, sua
atuação como William é primorosa, ele conseguiu transmitir a mudança
vivida pelo personagem numa linha fina, do romântico até o obstinado
pela liberdade, sem pressa – apoiamos suas causas e torcemos pelo seu
ideal, afinal existe o exito na construção de mito. E sem dúvida seu
grande momento dentro do filme é quando se vê traído pelos até então
companheiros de causa, é um verdadeiro show de interpretação, sem abrir a
boca, Mel mostra apenas com o olhar e a expressão facial sua total
decepção.
E além disso o filme ainda apresenta
vários aspectos técnicos excepcionais, direção de arte, maquiagem,
figurinos, fotografia, mas sem dúvida a trilha sonora é uma caso a
parte, as canções épicas tendo a gaita de fole como condutora é de
arrepiar, o uso do instrumento além de dar identidade (única) para a
trilha, ainda serve como simbologia do folclore do país que luta pela
independência, é sem dúvida um grande aspecto a ser observado nesse
longa.
Coração Valente não é um primor de
texto, mesmo tendo essa perola durante a narrativa (Todo homem morre,
mas nem todo homem vive), no entanto consegue no equilíbrio entre as
incríveis cenas de ação e as emocionantes de drama um resultado que te
faz seguir a jornada de William até o fim. É sem dúvida imperdível!
PRÊMIOS
OSCAR
Ganhou: Melhor Filme, Melhor Diretor – Mel Gibson, Melhor Fotografia, Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Sonoros
Ganhou: Melhor Filme, Melhor Diretor – Mel Gibson, Melhor Fotografia, Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Sonoros
Indicações: Melhor Roteiro Original, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Montagem
GLOBO DE OURO
Ganhou: Melhor Diretor – Mel Gibson
Ganhou: Melhor Diretor – Mel Gibson
Indicações: Melhor Filme – Drama, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora
BAFTA
Ganhou: Melhor Direção de Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Som
Indicações: Melhor Maquiagem e Melhor Design de Produção
Trailer
Trailer
Mel Gibson tem uma trajetória verdadeiramente admirável no cinema (e na vida). Jamais satisfeito c/ o rótulo de galã bonitão e vazio (que tantos aceitam), sempre foi um grande ator (inclusíve de uma versatilidade rara: consegue a façanha de se sair mto bem até em papéis cômicos, que em si só já é dificilímo, qto mais a um homem c/ a estampa dele: poderia ser um sem graça completo). Qdo resolveu passar p/ trás das câmeras, conseguiu o que parecia impossível: se destacou ainda mais como diretor do que como ator. Um dos mtos exemplos é o vigoroso, excepcional e polêmico "A Paixão de Cristo", que alguns podem até detestar (em geral por razões religiosas), mas ninguém consegue ficar indiferente, e de tão realista e revoltante (realismo que foi criticado pelos mais afeitos a aguinhas com açúcar, flores e amores) chegou a converter o próprio Mel. (Outra postagem felicíssima de Marlon Sérgio. Guri bom!)
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